quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nova Zelândia não passa de empate contra El Salvador em partida amistosa

  Por João Victor Gonçalves


  Em amistoso preparativo visando a Copa das Nações da OFC, que começa no próximo dia 2, a Nova Zelândia não passou de um empate ante a seleção salvadorenha, num duelo disputado no BBVA Compass Stadium, em Houston, Estados Unidos.


Rafael Burgos (direita) foi o destaque de El Salvador na partida, com dois gols. Foto: Terra


  Numa partida marcada pelos erros das duas equipes, principalmente na primeira etapa, os "All Whites" deixaram a desejar ante uma seleção de menor expressão, atualmente, no cenário internacional. Mostrando muitos erros de passes e insistindo nas jogadas improdutivas de bola aérea, os comandados de Ricki Herbert sofriam com as jogadas de alta velocidade da equipe centro-americana, que chegou ao tento inaugural logo no início da peleja: aos 13 minutos, Rafael Burgos recebeu belo passe de Alfredo Pacheco e, com um toque de habilidade, tirou a bola do alcance de Mark Paston, abrindo o placar para os azuis.


Salvadorenhos comemoram abertura do placar em Houston. Foto: Federação Salvadorenha


  Em desvantagem no marcador, a seleção oceânica passou a mostrar maior incisividade nas jogadas incisivas, mas sem a objetividade necessária para convencer sua torcida, principalmente nas jogadas de passe. O triunfo a favor dos "All Whites" era o porte físico avantajado em relação aos homens salvadorenhos, o que consistiu num fator decisivo para os rumos da partida.


Assista aos quatro gols do empate entre El Salvador e Nova Zelândia


  Aos 27 minutos, numa jogada de puro esforço e preparo físico, Ian Hogg se desvencilhou da marcação de Xavi García e Victor Turcios antes de disparar um forte chute no canto direito de Benji Villalobos, que nada pôde fazer. Estava decretado um empate que sintetizava mais a superioridade física dos homens da Oceania do que o real esforços das onzenas dentro do gramado.


Ian Hogg celebra o gol de empate neozelandês. Foto: NZ Football


  A partir do gol de empate neozelandês, o nível técnico da partida diminuiu, com os neozelandeses se preocupando em garantir a posse de bola no sistema defensivo e tentar a sorte no ataque em jogadas de bola aérea, enquanto os salvadorenhos exibiam um aprimoramento técnico superior, não acompanhado da tática e suporte físico necessários para a consolidação da vitória.


Marco Rojas (11, Nova Zelândia) é interceptado por jogador salvadorenho, sob o olhar atento do camisa 8 de "La Azulita", Osael Romero. Foto: AP


  Visando dar maior ritmo de jogo aos onze titulares que devem representar a Nova Zelândia na estreia da Copa das Nações da OFC contra Fiji no próximo dia 2, o treinador Ricki Herbert não realizou mudanças no intervalo, o que beneficiou a equipe da América Central, renovada física e tecnicamente com a entrada de Ramón Sánchez. O resultado da alteração feita pelo treinador Ruben Israel não tardaria a ser visto, para desalento dos "kiwis".


Shane Smeltz (9, Nova Zelândia) tenta acertar a cabeçada, mas zagueiro salvadorenho aparece para salvar de maneira providencial. Foto: Chron


  Aos 11 minutos, após boa troca de passes entre Osael Romero e Xavi García, a bola sobrou nos pés do artilheiro Rafael Burgos, que disparou em direção à meta de Paston. Num lance de azar dos "All Whites", a bola desviou no zagueiro Michael Boxall e encontrou as redes neozelandesas, num gol contra que levou ao delírio o bom público salvadorenho presente em Houston.


O "matador" Shane Smeltz (9, Nova Zelândia) disputa bola com Víctor Turcios (5, El Salvador). Foto: Chron


  A reação dos neozelandeses, no entanto, não tardaria a vir: sete minutos depois, após boa trama do ataque oceânico pela direita, o rebote de Villalobos caiu nos pés de Kosta Barbarouses, que rematou confiante e saiu para comemorar o empate com seus companheiros. 2-2 justo, já que o melhor preparo físico dos neozelandeses resultava num maior domínio do time branco sobre a partida.


Barbarouses (direita) recebe os cumprimentos de McGlinchey após anotar o segundo gol neozelandês na partida. Foto: FIFA


  A exemplo da primeira etapa, o empate trouxe novamente uma diminuição no ritmo da partida. A seleção da Oceania esperava seus rivais da América Central no campo defensivo, arriscando-se apenas nas jogadas de contra-ataque. El Salvador, por sua vez, parecia satisfeito com o empate com uma seleção que terminou a última Copa do Mundo invicta, relegando-se a tocar a bola no meio de campo à espera do apito final. Nesse cenário, o score final de 2-2 ficou de bom tamanho pelo futebol e empenho mostrado pelas duas equipes.


Benji Villalobos (18, El Salvador) cobra atenção de seu sistema defensivo pouco antes do término do encontro. Foto: Yahoo


  A Seleção Neozelandesa foi a campo com: Mark Paston (G), Michael Boxall, Ben Sigmund, Tommy Smith (C), Leo Bertos (Jeremy Brockie), Ivan Vicelich, Michael McGlinchey, Ian Hogg, Marco Rojas (Cameron Howieson), Shane Smeltz (Chris Wood) e Kosta Barbarouses. O técnico é Ricki Herbert. Já "La Azulita" debutou em Houston com: Benji Villalobos (G), Moisés Garcia, Milton Molina, Alfredo Pacheco, Elder Figueroa, Dennis Alas, Víctor Turcios, Osael Romero, Jaime Alas, Nelson Bonilla e Rafael Burgos. O técnico é o "professor" Rubén Israel.


Confira, na íntegra, tudo o que aconteceu nos 90 minutos de jogo entre El Salvador e Nova Zelândia


  Para a torcida neozelandesa, a partida amistosa deixa como lição a necessidade de melhoras no quadro dos "All Whites" caso queiram voltar à disputa de um Mundial. Embora possua um futebol suficiente aos padrões oceânicos, a Nova Zelândia ainda carece de um futebol técnico, tendo nas jogadas de bola aérea a principal arma ofensiva. Defensivamente, embora os zagueiros se consolidem como capitães do "sistema aéreo", ainda falham nas jogadas horizontais, mostrando dificuldade em parar jogadores velozes. A oportunidade de corrigir essa ruim impressão inicial na preparação para a Copa das Nações da OFC será no próximo sábado, quando os "Kiwis" enfrentam a seleção hondurenha no histórico Cotton Bowl, em Dallas. 
  

Um comentário:

  1. Vocês disseram tudo sobre os erros dos All Whites, temos que melhorar na jogadas áreas em vão e na posse bola.

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