domingo, 13 de maio de 2012

Auckland City vence Tefana e é bi-campeão da O-League!

  Por João Victor Gonçalves


  A metade azul de Auckland está em festa! Neste sábado, o Auckland City confirmou sua força no futebol da Oceania e conquistou a Liga dos Campeões da Oceania, carinhosamente conhecida como O-League, pela quarta vez em sua história, a segunda de forma consecutiva. Numa partida emocionante, os "blues" não deram chances à boa equipe do Tefana e bateram o rival taitiano em pleno Estádio Louis Ganivet, por 1-0.


Jogadores do Auckland City posam para foto oficial antes da partida. Representação neozelandesa foi a campo com: Spoonley, Hogg, Berlanga, Pritchett, Exposito, Koprivcic, Feneridis, Dickinson, Vicelich, Riera e Díaz


  Como era de se esperar, a expectativa pelo duelo agitava os dois países envolvidos: Nova Zelândia e Taiti. Do lado "kiwi", a torcida aguardava ansiosamente a conquista de mais um título continental por parte do Auckland City, o que salvaria a temporada não tão proveitosa da equipe, eliminada da Liga Nacional precocemente, nas semifinais ante o Team Wellington. A esperança dos torcedores do City era a experiência de atletas como Ivan Vicelich e Manel Exposito, acostumados a grandes desafios; a segurança do sistema defensivo, capitaneado pelo goleiro Spoonley e pelos zagueiros Hogg e Berlanga, também era vista como um dos pontos fortes do quadro neozelandês.


Jogadores do Tefana posam para foto histórica. Equipe taitiana foi a campo com: Samin, Kugogne, Bourebare, Neuffer, Marmouyet, Chang Koei Chang, Labayen, Tauraa Marmouyet, Tehay, Williams e Tchen


  Já do lado taitiano, a expectativa pela partida se traduzia em uma palavra: euforia. Pela segunda vez uma equipe do Taiti chegava à decisão da competição mais importante da Oceania (em 2005, o Magenta foi vice-campeão da O-League ao perder para o Sydney FC por 2-0 na Final), e, pelo futebol apresentado pelo Tefana na fase inicial, principalmente jogando em solo taitiano, a esperança pela conquista do título era evidente. O bom time auri-verde treinado por Laurent Heinis tinha como principais destaques Taufa Neuffer e Sebastien Labayen, dois dos atletas mais queridos pela torcida de Faa'a.


Marmouyet, capitão do Tefana, dá entrada dura em Koprivcic, experiente jogador do Auckland City


  Com o clima de decisão pairando sobre o Pacífico, o apito do caledoniano Isidore Assiene-Ambassa decretou o início da decisão. Os primeiros dez minutos foram marcados por uma tentativa tímida de pressão do Tefana, que precisava da vitória para forçar, no mínimo, a decisão por pênaltis, já que havia perdido o primeiro jogo por 2-1. Na primeira boa chance, Alvin Tehau arriscou de longe, mas Jacob Spoonley fez uma boa intervenção.


Manel Exposito (esquerda) compartilha a alegria de seu gol com o capitão Ivan Vicelich (direita)


  O passar do tempo trazia consigo efeitos ruins para os atletas do Tefana: a euforia da torcida e do esquadrão, vista nos primeiros minutos, foi se transformando em desespero. Os jogadores auri-verdes abusavam das entradas violentas, o que resultou nas advertências com cartão amarelo para Labayen e Bourebare. Ao contrário do adversário, o City focava suas ações nas jogadas ofensivas, tentando conquistar o resultado que lhe garantisse mais um título máximo da Oceania.


Manel Exposito, herói da conquista do Auckland City, celebra seu gol


  Melhor na partida, o Auckland mostrava que seu gol seria uma questão de tempo. E ele veio aos 41 minutos da etapa inicial, numa jogada que mostrou o entrosamento e experiência do quadro neozelandês: após cobrança de falta, Koprivcic recebeu bola na entrada da área e fez um lançamento magistral para Manel Exposito, que mostrou toda a calma de um artilheiro e só tirou a bola do alcance de Xavier Samin, para delírio da torcida azul. O espanhol chegava ao seu sexto gol na O-League, posto que lhe garantiu a condição de artilheiro da competição, e deixava seu time muito mais perto da taça e da vaga no Mundial de Clubes.


Detalhe da comemoração coletiva dos atletas do Auckland City após o gol de Exposito


  O intervalo da partida veio e, com ele, a esperança de que o Tefana se acertasse emocionalmente para obter melhor sorte na etapa complementar. Todavia, logo no retorno ao gramado, o que se viu foi a mesma postura por parte dos auri-verdes: com muitos erros de passe, os "arqueiros" não conseguiam chegar com perigo à meta de Spoonley e ainda sofriam com as boas jogadas de contra-ataque do Auckland.


Nem mesmo Axel Williams, (amarelo, foto) artilheiro do Tefana na competição, foi capaz de impedir o vice-campeonato da equipe taitiana


  Visando dar novo ânimo à sua equipe, Laurent Heinis resolveu sacar o artilheiro do Tefana na O-League, Axel Williams, e colocar Lorenzo Tehau em campo. Pelo lado do City, Ramón Tribulietx, visando aumentar seu poder defensivo, tirou o experiente Koprivcic para a entrada de Chad Coombes. A entrada de Tehau deu novo ânimo ao quadro taitiano, que quase empatou em cobrança de falta de Marmouyet defendida por Spoonley.


Com o bicampeonato da O-League, o espanhol Ramón Tribulietx escreveu seu nome de forma definitiva na lista dos maiores nomes do futebol neozelandês


  Aos 25 minutos, o Auckland City teve a chance de definir a conquista da taça com maior tranquilidade quando, após bela jogada de Exposito, Adam Dickinson rematou da entrada da grande área, exigindo boa intervenção de Samin. Na sequência do lance, Feneridis, apagado na partida, cometeu falta violenta em Labayen e acabou expulso. Com um homem a mais, o Tefana partiu com tudo ao ataque, tentando alcançar a vitória nos minutos restantes.


Chad Coombes, o "12º jogador" do Auckland City, beija a taça de campeão da Oceania


  Mas a ansiedade, mais uma vez, atrapalhou os homens taitianos. O time auri-verde dominava a posse de bola, mas não conseguia criar boas chances de gol. Nem mesmo as entradas de Atani e Kamoise mudaram o cenário do jogo para a equipe de Faa'a. Apesar da desvantagem numérica, o City conseguia manter uma defesa sólida e levava perigo em jogadas de contra-ataque. Nos últimos minutos, os neozelandeses passaram a tocar a bola em seu campo defensivo, administrando a vantagem obtida.


Emiliano Tade (esquerda), Albert Riera (centro) e Ivan Díaz (direita) celebram o título exibindo suas medalhas


  Após 97 minutos de intensa luta por parte das duas equipes, Isidore Assiene-Ambassa apitou pela última vez e pôs fim à edição 2011/12 da O-League. Muita festa por parte dos jogadores do Auckland City, que voltarão a representar a Nova Zelândia e a Oceania no Mundial de Clubes no Japão após a participação discreta de 2011. Em contraste com a festa dos neozelandeses, a decepção era evidente nos rostos dos atletas auri-verdes que, mesmo com a derrota, receberam o aplauso dos mais de 1.900 presentes no Estádio Louis Ganivet.


Manel Exposito (direita) e Ivan Díaz exibem a taça de campeão da O-League


  Durante a celebração da conquista, o comandante bi-campeão da Oceania, Ramón Tribulietx, destacou o momento de maior tensão no duelo final: a expulsão de Feneridis. Segundo ele: "o time entrou em pânico por um ou dois minutos, mas depois conseguiu se estabelecer. Mudamos a nossa postura e nos organizamos defensivamente, o que valeu a pena para nós. Não tivemos muitas opções e, nessas horas, o importante é seguir em frente no placar". Pelo lado vice-campeão, o técnico Heinis resumiu em poucas palavras o sentimento do grupo: "estamos desapontados por perder uma final como esta em casa".


Ivan Vicelich levantou a taça da O-League pela 3ª vez em sua carreira. A primeira (foto) havia sido em 2009, após vitória sobre o Koloale na grande decisão


  Com o título, o Auckland City aumenta sua vantagem sobre o arquirrival Waitakere United no número de conquistas continentais: os "Blues" somam agora quatro taças da OFC Champions League (2006, 2008/09, 2010/11 e 2011/12) contra duas dos "Reds" (2007 e 2007/08). Em âmbito individual, a artilharia da competição ficou com Exposito (6 gols); a "Bola de Ouro", prêmio dado ao melhor jogador da competição, foi dado a Albert Riera, do Auckland City; já a "Luva de Ouro" ficou com Jacob Spoonley, outro campeão do City, goleiro que sofreu menos gols no certame; no âmbito coletivo, o Prêmio Fair-Play ficou com a equipe do Koloale (Ilhas Salomão).


O capitão Ivan Vicelich (Auckland City) levanta a taça de campeão da Oceania. Parabéns Auckland City por mais esta importante conquista!


  A conquista também garante ao City o direito de disputar o Mundial de Clubes FIFA de 2012, sendo a primeira equipe a nível mundial a conquistar a vaga para o torneio. Já em termos regionais, as competições inter-clubes na Oceania cedem espaço para a disputa da Copa das Nações, competição que reúne as oito melhores seleções do continente (Samoa, Nova Caledônia, Taiti, Vanuatu, Fiji, Ilhas Salomão, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné) em busca de uma vaga na Copa das Confederações. Após o término de mais uma importante competição coberta por nosso Blog, desejamos nossas felicitações ao Auckland City Football Club, campeão máximo do futebol oceânico pela quarta vez em sua história!


  Fonte das Imagens: OFC
  

Um comentário:

  1. É, de novo o Auckland City vai pro Mundial de Clubes. Esepro que faça uma campanha melhor dessa vez!

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